segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Presente de Natal


O último livro do Saramago, isto é que é um presentão!

José Saramago é um dos meus autores favoritos.
Tudo começou há 20 anos, quando precisei ler "Memorial do Convento" para um trabalho na faculdade. Nas primeiras páginas estranhei o estilo dele, fui tropeçando, sendo levada pela obrigação. Mas aos poucos fui entrando no seu mundo. Sua prosa crítica, sarcástica e engenhosa é uma das melhores que existe na atualidade.
Um dos seus melhores livros é "Ensaio Sobre a Cegueira". Ainda não vi o filme do Fernando Meirelles, já li opiniões elogiosas e outras bem ruins. Preciso ver, embora ache muito difícil que o filme tenha conseguido traduzir toda a complexidade da obra, mas o José Saramago gostou, então deve ter qualidades.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O amor é lindo!



Agora que eu ando tentando tirar fotos dos meus gatinhos e vi como é difícil (eles não param quietos), adorei ver as imagens deste site: http://www.warrenphotographic.co.uk/wphtm/cats_.htm

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

De música e poesia - Mario Quintana e Cecília Meireles





Eu ouço música

Mario Quintana


Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está morto
e sente

um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar.

(in Apontamentos de História Sobrenatural)




Surdina

Cecília Meireles


Quem toca piano sob a chuva,
na tarde turva e despovoada?
De que antiga, límpida música
recebo a lembrança apagada?

Minha vida, numa poltrona
jaz, diante da janela aberta.
Vejo árvores, nuvens, - e a longa
rota do tempo, descoberta.

Entre os meus olhos descansados
e os meus descansados ouvidos,
alguém colhe com dedos calmos
ramos de som, descoloridos.

A chuva interfere na música.
Tocam tão longe! O turvo dia
mistura piano, árvore, nuvens,
séculos de melancolia...

(In - Mar Absoluto/Retrato Natural)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

E agora, Janis?








Quando encontrei a Janis na rua, ela era magrinha e feia, depois ficou fofa e dengosa.


Achei que era melhor deixar para esterelizá-la depois da primeira ninhada. Pensei que ela teria uns dois ou três filhotes, mas a danada parece que adivinhou que era a primeira e última vez. Então resolveu mostrar que não brinca em serviço. Teve SEIS filhotinhos. Seis coisinhas fofas, 3 pretinhos, 1 preto e branco e dois amarelos.
São lindos, mas agora eu preciso doar pelo menos quatro.
Por mais pena que dê, não tem jeito, seis é demais!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

TARYN SZPILMAN canta como uma diva!



A primeira vez que a ouvi foi por acaso, num programa que não me recordo o nome, acho que no Canal Brasil. A voz, a interpretação e as músicas de alta qualidade me deixaram entusiasmada, fazia muito tempo que não ouvia uma cantora brasileira tão boa. Em maio, tive o privilégio de assistir um show dela, no Festival de Blues de Rio das Ostra (RJ). Tirei essa foto lá, ela estava no 7º mês de gravidez e mesmo assim dançava sem parar.

Ao vivo, além da belíssima voz e interpretação, Taryn dá um show de presença de palco. Apesar de muita gente que estava lá não a conhecer, foi uma das artistas que mais empolgaram o público e olha que estava bem cheio o lugar (coisa boa e de graça, quem não gosta?).

Para ouvir e se deliciar com as músicas dos CDs Bluezz e Taryn: http://www.taryn.com.br/

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apesar do frio, a primavera já se anuncia...




"Entre o lago e as flores, desliza alegria
nas areias quietas:
cantos de ciranda, sapatinhos brancos,
aros velozes de bicicletas."
Cecília Meireles
(fragmento do poema Domingo na Praça, do livro Mar Absoluto e Outros Poemas)

domingo, 17 de agosto de 2008

Mario Quintana




"Mario de Miranda Quintana nasceu prematuramente na noite de 30 de julho de 1906, na cidade de Alegrete, situada na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Seus pais, o farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda Quintana, ensinaram ao poeta aquilo que seria uma de suas maiores formas de expressão - a escrita. Coincidentemente, isso ocorreu pelas páginas do jornal Correio do Povo, onde, no futuro, trabalharia por muitos anos de sua vida. " leia tudo aqui: http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana/



Algum tempo atrás, quando dava de cara com um texto falso atribuído a Mario Quintana, num blog ou site, eu logo escrevia um comentário avisando do engano. Hoje, geralmente, fico aborrecida, mas passo adiante.
É, acho que desanimei. São tantos os blogs e sites a publicar textos e poemas com autoria errada que seria uma tarefa de Hércules avisar a todos, sem contar que muitos nem se importam com isso, ou ficam ofendidos com a correção
Isso não acontece só com o Mario Quintana, mas ele é uma das vítimas preferidas.


É só abrir um livro dele para constatar: Quintana decididamente não era politicamente correto, não escrevia textos ou poemas sentimentais, tipo auto-ajuda.
Nas palavras do próprio Mario Quintana: " poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação... por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. " do mesmo site acima.


Dos milagres

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!



Da indulgência

Não perturbes a paz da tua vida,
Acolhe a todos igualmente bem.
A indulgência é a maneira mais polida
De desprezar alguém.


Da discreta alegria

Longe do mundo vão, goza o feliz minuto
Que arrebatastes às horas distraídas.
Maior prazer não é roubar um fruto
Mas sim ir saboreá-lo às escondidas.


Do mal e do bem

Todos têm seu encanto: os santos e os corruptos.
Não há coisa, na vida, inteiramente má.
Tu dizes que a verdade produz frutos...
Já viste as flores que a mentira dá?


Mario Quintana – Espelho Mágico.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Retrato /Cecília Meireles

RETRATO

Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?


In Viagem: Vaga Música. Ed. Nova Fronteira, 1982

terça-feira, 24 de junho de 2008

INVERNO



Hoje não pára de cair uma chuva fininha e está um frio de lascar... brbrbr

Então lembrei desta poesia do Mario Quintana:



Que bom ficar assim, horas inteiras,
Fumando... e olhando as lentas espirais...
Enquanto, fora, cantam os beirais
A baladilha ingênua das goteiras.

E vai a névoa, a bruxa silenciosa,
Transformando a Cidade, mais e mais,
Nessa Londres longínqua, misteriosa
Das poéticas novelas policiais...

Que bom, depois, sair por essas ruas,
Onde os lampiões, com sua luz febrenta,
São sóis enfermos a fingir de luas...

Sair assim (tudo esquecer talvez!)
E ir andando, pela névoa lenta,
Com a displicência de um fantasma inglês...

(Mario Quintana - Nariz de Vidro. Ed. Moderna, 1984)
Se houvesse lampiões na rua, eu já estaria me sentindo naquela Porto Alegre do meu querido poeta, ou até na Londres imaginada por ele, de preferência com um inglês bem bonito... claro.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Gosto disso...


Sim, eu gosto de tricô. Aprendi um pouquinho quando era bem jovem, lá pelos doze ou treze anos, fazia coisas pequenas, como toucas ou sapatinhos de neném, até vendia para arrumar um dinheirinho, geralmente para comprar revistas. Depois cresci, fui trabalhar, casei, tive filhos, enfim, o tempo era pouco até para o essencial.

Há uns dois anos atrás, passando por uma loja de lãs, cedi a um impulso e comprei 2 novelos Uma freguesa me sugeriu fazer um cachecol, bem fácil, ideal para iniciantes. Daí voltei a tricotar, é bom para aliviar o estresse e é muito prazeroso.

Tudo seria perfeito se não fosse a minha alergia. Mas assim mesmo continuo tricotando, não tanto quanto gostaria.

Na internet descobri uns blogs e sites muito bons sobre tricô.

Estes aqui são alguns dos meus preferidos:




Estes são em inglês:

quinta-feira, 12 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Poesia Russa

MARINA TZVIETÁIEVA


Não roubarás minha cor
Vermelha, de rio que estua.
Sou recusa: és caçador.
Persegues: eu sou a fuga.

Não dou minha alma cativa!
Colhido em pleno disparo,
Curva o pescoço o cavalo
Árabe -
E abre a veia da vida.

1924


Abro as veias: irreprimível,
Irrecuperável, a vida vaza.
Ponham embaixo vasos e vasilhas!
Todas as vasilhas serão rasas,
Parcos os vasos.

Pelas bordas - à margem -
Para os veios negros da terra vazia,
Nutriz da vida, irrecuperável,
Irreprimível, vaza a poesia.

1934




VLADIMIR MAIAKÓVSKI


Algo em Ptersburgo

As calhas colhem lágrimas do teto,
no braço do rio riscam um grafito;
nos lábios bambos do céu inquieto
cravaram-se mamilos de granito.

O céu - agora calmo - ficou claro:
lá, onde prateia o prato do mar, o
úmido condutor, a passo lento, leva
o camelo de duas corcovas do rio Neva.

1913



VIELIMIR KHLÉBNIKOV


Uma vez mais, uma vez mais
Sou para você
Uma estrela.
Ai do marujo que tomar
O ângulo errado de marear
Por uma estrela:
Ele se despedaçará nas rochas,
Nos bancos sob o mar.
Ai de você, por tomar
O ângulo errado de amar
Comigo: você
Vai se despedaçãr nas rochas
E as rochas hão de rir
Por fim
Como você riu
De mim.

1919-1921

(Traduções de Haroldo de Campos - In Poesia Russa Moderna, Ed. Brasiliense, 1985)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Entre o mar e a serra eu prefiro os dois


Janis explorando os telhados

MANOEL DE BARROS

Manoel de Barros escreve versos que causam estranhamento, sua poética é feita com as coisas simples, mas de uma forma original. Ele inventa palavras e dá novo uso a outras. Serão as águas do pantanal que o tornaram tão simples e ao mesmo tempo tão complexo?

CAMINHADA

Eu vinha aquela tarde pela terra
fria de sapos...
O azul das pedras tinha cauda e canto.
De um sarã espreitava meu rosto um passarinho.
Caracóis passeavam com róseos casacos ao sol.
As mãos cresciam crespas para a água da ilha.
Começaram de mim a abrir roseiras bravas.
Com as crinas a fugir rodavam cavalos
investindo os orvalhos ainda em carne.
De meu rosto se viam ribeiros..
Limpando da casa-do-vento os limos
no ar minha voz pisava...
(Manoel de Barros - Gramática Expositiva do Chão. Ed. Civilização Brasileira S.A., 1990)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Mais Quintana

Os parceiros

Sonhar é acordar-se para dentro:
de súbito me vejo em pleno sonho
e no jogo em que todo me concentro
mais uma carta sobre a mesa ponho.

Mais outra! É o jogo atroz do Tudo ou Nada!
E quase que escurece a chama triste...
E, a cada parada uma pancada,
o coração, exausto, ainda insiste.

Insiste em quê? Ganhar o quê? De quem?
O meu parceiro... eu vejo que ele tem
um riso silencioso a desenhar-se

numa velha caveira carcomida.
Mas eu bem sei que a morte é seu disfarce...
Como também disfarce é a minha vida!



Noturno I


Essa voz que se escuta de noite
_ nota (ou sílaba?) que se prolonga indefinidamente,
que quer dizer? Que nos quer dizer?
Talvez a nossa vida seja demasiadamente breve para apreender-lhe
o sentido,
talvez nem cante para nós
mas
para
um eterno ouvido... Serão Anjos? Tristes Anjos, que desconhecem
o maravilhoso espanto de viver por um só instante!

(Mário Quintana - Apontamentos de História Sobrenatural Poesias, Circulo do Livro, 1976)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A CASA

Já tinha visto muitas casas, umas boas, outras nem tanto, mas quando cheguei naquela a impressão não foi das melhores: velha, pequena, quintal sem plantas. Mas quando olhei pela janela pensei: é esta! Não deu nem pra disfarçar, o corretor viu logo que a venda estava no papo.

Foram 14 anos, muita coisa mudou, a casa cresceu, o quintal se encheu de plantas, muitas alegrias e, claro, também tristezas.

A paisagem continua linda, passei muitas horas admirando a natureza, me extasiando diante duma manhã de sol, dum dia nublado, do anoitecer, dos pássaros cantando nas amoreiras. Havia a confusão da criançada da rua, das minhas crianças... Mas tudo muda, eu mudei... literalmente.

Saudade faz parte da vida, mas é preciso ir adiante, afinal, como no poema do Pessoa, tudo vale a pena.

Valeu a pena? tudo vale a pena...

MAR PORTUGUÊS


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

FERNANDO PESSOA/MENSAGEM

sábado, 17 de maio de 2008

Cecília, a voz que sempre me encanta.

INSCRIÇÃO


Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?

Não encontro caminhos
fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.

E por isso levito.
É bom deixar
um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança, em cada lugar.

Rastro de flor e estrela,
nuvem e mar.
Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar.

(Cecília Meireles, in Mar Absoluto/Retrato Natural, Ed. Nova Fronteira, 1983)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive


E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

(do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Mario Quintana dos livros.

Falando em Mario Quintana dos livros parece que há dois Marios. É quase isso. Explico: é que na internet acontece uma coisa muito estranha, são textos que circulam em blogs, sites, emails, e vão adquirindo formas diferentes e até autores diferentes.
Assim, um poema escrito pelo Zé da Esquina pode virar um poema de Fernando Pessoa, um texto da Marta Medeiros vira um poema de Mario Quintana, um post engraçado vira uma crônica de Verissimo. E por aí vai.
Quintana é um dos campeões das trocas. Você já viu publicado, ou recebeu por email, por exemplo, um texto chamado A Idade de Ser Feliz? NÃO, não é do Mario Quintana.
No orkut tem uma comunidade dedicada a isso: "Afinal, quem é o autor?" e tem uns blogs que também falam sobre isso, pretendo colocar uma lista.
Por enquanto, para quem gosta do poeta gaúcho, recomendo o "site do centenário de mario quintana": http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana/


POEMA OLHANDO UM MURO

Do
escuro do meu quarto
- imóvel como um felino, espio
a lagarixa imóvel sobre o muro: mal sabe ela
da sua graça ornamental, daquele
verde
intenso
na lividez mortal
da pedra... ah, nem sei eu também o que procuro, há tanto...
nesta minha eterna espreita!
Pertenço acaso à odiada raça dos mutantes?
Ou
sou, talvez
- em meio às espantosas aparências de algum mundo estranho -
um espião que houvesse esquecido o seu código, a sua sigla, tudo...
- menos
a gravidade da sua missão!

(Mario Quintana - Apontamentos de História Sobrenatural Poesias, Circulo do Livro, 1976)

Perguntas.

Escrever pra que, o quê?
Alegrias, tristezas. De tudo um pouco, é a vida.
Mas ultimamente ando triste. Não dessa tristeza que não pára, que dá gritos e anuncia a todos os ventos seu desespero.
É uma tristeza que às vezes sorri, às vezes até se alegra. Engana aos outros, engana a mim mesma. Mas será possível a alegria? Creio que sim, mas é mais um caso pessoal, é um jeito de encarar a vida, uma certa leveza, um certo ar de deboche frente ao excesso de seriedade... uma receita que não se ensina.
Aliás, não sei a receita, mas estou procurando...