domingo, 17 de agosto de 2008

Mario Quintana




"Mario de Miranda Quintana nasceu prematuramente na noite de 30 de julho de 1906, na cidade de Alegrete, situada na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Seus pais, o farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda Quintana, ensinaram ao poeta aquilo que seria uma de suas maiores formas de expressão - a escrita. Coincidentemente, isso ocorreu pelas páginas do jornal Correio do Povo, onde, no futuro, trabalharia por muitos anos de sua vida. " leia tudo aqui: http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana/



Algum tempo atrás, quando dava de cara com um texto falso atribuído a Mario Quintana, num blog ou site, eu logo escrevia um comentário avisando do engano. Hoje, geralmente, fico aborrecida, mas passo adiante.
É, acho que desanimei. São tantos os blogs e sites a publicar textos e poemas com autoria errada que seria uma tarefa de Hércules avisar a todos, sem contar que muitos nem se importam com isso, ou ficam ofendidos com a correção
Isso não acontece só com o Mario Quintana, mas ele é uma das vítimas preferidas.


É só abrir um livro dele para constatar: Quintana decididamente não era politicamente correto, não escrevia textos ou poemas sentimentais, tipo auto-ajuda.
Nas palavras do próprio Mario Quintana: " poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação... por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. " do mesmo site acima.


Dos milagres

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!



Da indulgência

Não perturbes a paz da tua vida,
Acolhe a todos igualmente bem.
A indulgência é a maneira mais polida
De desprezar alguém.


Da discreta alegria

Longe do mundo vão, goza o feliz minuto
Que arrebatastes às horas distraídas.
Maior prazer não é roubar um fruto
Mas sim ir saboreá-lo às escondidas.


Do mal e do bem

Todos têm seu encanto: os santos e os corruptos.
Não há coisa, na vida, inteiramente má.
Tu dizes que a verdade produz frutos...
Já viste as flores que a mentira dá?


Mario Quintana – Espelho Mágico.