Hoje não pára de cair uma chuva fininha e está um frio de lascar... brbrbr
Então lembrei desta poesia do Mario Quintana:
Que bom ficar assim, horas inteiras,
Fumando... e olhando as lentas espirais...
Enquanto, fora, cantam os beirais
A baladilha ingênua das goteiras.
E vai a névoa, a bruxa silenciosa,
Transformando a Cidade, mais e mais,
Nessa Londres longínqua, misteriosa
Das poéticas novelas policiais...
Que bom, depois, sair por essas ruas,
Onde os lampiões, com sua luz febrenta,
São sóis enfermos a fingir de luas...
Sair assim (tudo esquecer talvez!)
E ir andando, pela névoa lenta,
Com a displicência de um fantasma inglês...
(Mario Quintana - Nariz de Vidro. Ed. Moderna, 1984)
Se houvesse lampiões na rua, eu já estaria me sentindo naquela Porto Alegre do meu querido poeta, ou até na Londres imaginada por ele, de preferência com um inglês bem bonito... claro.